Confesso nunca ter lido nada da obra do jornalista,escritor e apresentador Edney Silvestre, até Vidas Provisórias. Hoje sei, uma falha na minha biblioteca.
Vidas Provisórias se vale da experiência do autor como jornalista para mesclar realidade e ficção.Relata a história de dois personagens, Paulo e Barbara, tendo como pano de fundo, o período negro da ditadura no Brasil, os tempos difíceis da era Collor, a vida dura dos imigrantes nos Estados Unidos, os horrores da guerra do Iraque, e os sonhos desfeitos de quem, por um motivo ou por outro, é um expatriado.
Assuntos tão áridos são contados de forma delicada, sensível e por vezes emocionante.
As histórias de Paulo e Barbara são separadas no tempo e no espaço.
Em 1970, Paulo é um estudante universitário, confundido como terrorista e por conta disso, preso e torturado. Com uma identidade falsa, sai do Brasil, abandonando amigos e sonhos, em busca de uma nova vida na Suécia, onde é perseguido pelas lembranças e nunca consegue realmente, se adaptar.
Barbara é uma garota de dezessete anos quando vai para os Estados Unidos, em 1991, com documentos falsos. Foge da dura realidade brasileira, na esperança de viver dias melhores. Lá, conhece a difícil vida do imigrante, na América.Se sente só, não consegue se adaptar.
Paulo e Barbara, vivem histórias diferentes, mas compartilham a tristeza de alguém no exílio, que perde a própria identidade. Pessoas que sonham em resgatar suas vidas, mas enquanto isso não acontece, vivem vidas provisórias.
Vidas Provisórias é um livro obrigatório para que gosta de uma boa leitura.
Recomendo fortemente.
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