domingo, 31 de março de 2013

PIETA

Pieta é um filme sul-coreano, proibido naquele país para menores de 19 anos, por ser violento.
Pieta é um filme impactante, desconfortável, perturbador e muito bom.A escolha do nome do filme não poderia ter sido mais adequada. Inspirado na obra de Michelangelo, Pietá, diz muito sobre o filme.

O filme fala de violência,crueldade,dor,abuso,mas também de solidão,abandono, perda e amor.
O quanto é possível uma mãe amar seu filho? até aonde ela pode ir em nome desse amor? 
O quanto é possível sentir saudade de uma vida que não se conhece,quando se tem uma vida inteira cheia de nada.
O quanto é a dor de não ter ? e de perder tão pouco, mas intenso e libertador?

O longa conta a história de um jovem solitário, que é o cobrador de dívidas para um agiota. Quando os devedores não conseguem pagar a dívida, o jovem aleija as pessoas, para ficar com o dinheiro do seguro social.A dura rotina é quebrada, quando uma mulher aparece, afirmando ser sua mãe e mudando a vida do rapaz.

Esse é Pieta. Um filme denso, intenso e dolorido.
Fica a dica.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Caso Feliciano

Em 1990, foi eleito o presidente mais jovem da história do Brasil, o Sr. Fernando Collor.Foi o primeiro presidente eleito pelo povo, após o regime da ditadura. Seu mandato durou pouco mais de dois anos.
Em meio a vários escândalos políticos que incluíam corrupção e uma inflação de 1200% a.a, o Sr.Collor renunciou,se rendendo aos caras pintadas e ao impeachment em processo de aprovação.
A pressão popular foi determinante para tirar o poder e do poder, o então Presidente da República.

Em 2013, é eleito o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, o pastor Marcos Feliciano.Eleito por seus colegas da Câmara dos Deputados. 
Esse senhor , desde que assumiu o cargo, tem sido alvo de diversas manifestações populares que o acusam de homofóbico e racista, devido a várias declarações polêmicas.
Em 2011, por exemplo, pelo twitter, o Sr. Feliciano afirmou que os descendentes de africanos são pessoas amaldiçoadas.

As manifestações contra esse senhor tem sido constantes e acontecem principalmente em Brasília, Rio e S.Paulo.Mas ainda sim, ele permanece no cargo.Não tem a decência de renunciar.
Há alguns dias, ele mesmo mandou prender um manifestante que o acusou de racista, na Câmara dos Deputados.
Alguém precisa lembrar a esse pastor que o tempo do " prendo e arrebento " já acabou, faz tempo. 
A Câmara dos Deputados é a casa do povo, todos que estão ali foram eleitos pelo povo, que paga o salário de todos os deputados.Portanto, cabe ao povo "demitir" quem não atende aos seus anseios.

Amanhã, nova manifestação está programada para acontecer no Rio e S.Paulo.Vamos ver se os deputados são sensíveis ao povo e " convencem " esse senhor a se retirar.

Em 1992 o Brasil conseguiu derrubar um presidente da república, mas agora não consegue dar dignidade a uma Comissão tão relevante quanto a de Direitos Humanos e Minorias, derrubando o Sr. Marcos Feliciano.

Brasil estranho.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Museu do Índio ?

Hoje, desde a madrugada, aconteceu uma manifestação indígena - popular, ao lado do Maracanã, no antigo Museu do Índio,que se estendeu por toda a manhã, atrapalhando o trânsito e a vida de quem tinha que trabalhar.

Moro nas cercanias do Maracanã a mais de 30 anos.A Radial Oeste, via onde fica o Museu, foi meu caminho para o trabalho por muitos e muitos anos. Pois bem.Nunca vi um só Cocar por ali, em todos esses anos.Acho que mesmo na época em que era realmente um museu, nem um índio deu o ar da graça por lá.
Há muitos anos o prédio está acabado, em ruínas, com mato alto por todos os lados. Museu ??!!

Desde que começou o movimento de reforma do Maracanã, alguns índios, vindos sei lá de onde, resolveram montar a oca por lá.Dizem que estão lá desde 2006. E o Cocar ? Nunca vi.
Pra mim esse movimento é oportunista e orquestrado. Os índios quiseram fazer fumaça e literalmente fizeram, colocando fogo na palhoça e ameaçando as árvores ao redor.
Não dá pra culpar a polícia e o poder público do estado, por tirá-los à força.

Quando o Rio de Janeiro assumiu o compromisso de fazer a Copa do Mundo e as Olimpíadas, sabia-se que coisas desse tipo iriam acontecer. Não dá pra fazer omelete sem quebrar os ovos.

A memória da cultura indígena precisa ser preservada sim, mas com dignidade. E pra isso, existe um Museu do índio, de verdade, em Botafogo.

Os índios precisam de moradia sim, mas com dignidade. Se querem morar na cidade, que sejam civilizados.Do contrário, cocar, penas, adornos e a floresta.  

D.Delmindi e a Água

Hoje é Dia Internacional da Água e por conta disso, hoje cedo, o Bom Dia Brasil exibiu uma reportagem sobre uma família no interior de Pernambuco, cuja a matriarca se chama D. Delmindi. Essa senhora gasta por dia, para higiene, cozinhar e lavar 22 l de água barrenta. Essa quantidade de água é a metade do que gasta uma pessoa para tomar um banho de 5 minutos.
O sonho de consumo de D. Delmindi é tomar um banho bem tomado,com xampu e sabonete.
D. Delmindi é uma guerreira, uma sobrevivente do Brasil que a gente só conhece pela TV.Ela só conhece a seca, a dor e o desespero.Toda dia ela e a família são castigados por essa praga nordestina, que insiste em maltratar  tanto esse povo pacato e conformado. Parece que acreditam " Deus quis  assim". D.Delmindi controla a água que a família pode gastar por dia.Quando ela morrer essa será a herança que vai passar para os filhos, depois para os netos...controlar a água do dia.  Mas a seu modo, acostumou.Fazer o que, deve pensar? 

Quando acabou a reportagem, por ironia, fui tomar banho. Fiquei pensando nas frescuras nossas de cada dia.Sabonete dermatológico para o rosto, de outro tipo para o corpo.Xampu de trelelê para o cabelo, depois máscara de não sei o que para pentear. E a água correndo.Correndo enquanto lavamos a louça, quando lavamos o carro várias vezes por mês, com mais água e sabão jamais vistos por D.Delmindi. Correndo quando as calçadas são " varridas" com mangueira de água.

Apesar de conhecer essa realidade brasileira a vida toda, difícil não ficar indignada, triste e emocionada.    

Experiência de outros países mostra ser possível transformar deserto em oásis.Mas aqui não.Tudo é difícil, tudo é impossível.A transposição do S.Francisco não acontece em nome dos ambientalistas, mas tem que acontecer, em nome de Deus.

quarta-feira, 20 de março de 2013

A FUGA


O filme A Fuga estreou na telona do cinema, essa semana, como filme de suspense. Pode ser, mas acho que está mais para ação policial, com contornos dramáticos.Um tanto pretensioso, mas que não compromete o resultado .
O filme começa com jeito de bandido e mocinho, com tiro, sangue e fuga.Uns trinta minutos depois,continua com sangue, mas já começa com um viés dramático, desses em que os personagens principais carregam fantasmas que precisam exorcizar para continuar vivendo.Todos os personagens de uma certa forma, fogem de seu passado.Não a toa que o desfecho do filme acontece num dia de Ação de Graças.
A vida dos personagens, em princípio, nada tem a ver uma com a outra, no entanto uma série de eventos,faz com que,inicialmente , suas historias se tangenciem para depois se emaranharem.

Liza e Addison são irmãos, ladrões, à beira de um incesto, que fogem após um acidente de carro. Jay, um ex-pugilista, ex-prisioneiro tenta reencontrar uma nova vida.Becker, xerife da cidade, atormentado pela morte da esposa,atormenta sua filha Hanna, também policial.E aí, o que acontece? Vale a pena conferir no cinema.

Os atores certamente não ganharão o Oscar, mas contam cada um a história do personagem, com dignidade. 

 
 Eric Bana (Addison)                  
  Estrelou Troia e A Outra

                                                         Olivia Wilde (Liza)
                                             A médica Treze da série  House,
                                              estrelou O preço do Amanhã




Charlie Hunman (Jay)
 Estrelou A Tentação


                                                      Kate Mara (Hanna)   
                                     Estrelou 127 horas    

Treat Williams (Becker)
Veterano de TV e filmes de sucesso


E mais : os ótimos Sissy Spacek e Kris Kristofferson

segunda-feira, 18 de março de 2013

SOCIALISMO FUNCIONA ?

O socialismo funciona? Acho que não.Há alguns anos visitei Cuba, conversei com as pessoas comuns, na rua, e apesar de todos terem todos os dentes na boca, não vi felicidade.Os cubanos são alegres, na medida do possível, mas não possuem o bem maior do ser humano: a liberdade.
O socialismo não tem sido defendido de forma visceral, como era até a alguns anos atrás,aqui no Brasil, mas ainda é alardeado por aqui por alguns políticos que, sinceramente, tenho dúvida se sabem do que estão falando.De qualquer forma, pelo menos 1/7 da população do planeta, vive sob esse regime na China.Pelo menos oficialmente.
Assim, achei oportuno replicar o e-mail que recebi de uma amiga sobre um experimento realizado por um professor de economia, nos EUA.Quando ocorreu não sei,se realmente aconteceu, acho que não, mas isso é irrelevante.Vale pelo conceito.

Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.

Esta classe, em particular, havia insistido que o socialismo realmente funcionava:com um governo assistencialista intermediando a riqueza,ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.
O professor então disse," OK, vamos fazer um experimento socialista nesta classe.Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas." 
Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam " justas".Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um "A".
Depois de calculada a média da primeira prova, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram, ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos.Eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.Já aqueles que tinham estudado bastante no início, resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou. 

Depois da terceira prova, a média geral foi "F".As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por justiça dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações.Inimizades e senso de injustiça passaram a fazer parte daquela turma.No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala.Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina.....para a surpresa de todos.

O professor explicou que o experimento socialista falhou quando a recompensa é grande, o esforço pelo sucesso individual é grande, mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas de alguns para dar aos que não batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor. Tão simples quanto.

Moral da história:
1- Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade do mais rico;

2- Para cada um recebendo sem trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;  

3- O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa;

4- Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando dividi-la;

5- Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.



sexta-feira, 15 de março de 2013

ANNA KARENINA

Estreou nesta sexta feira o filme Anna Karenina do diretor Joe Wrigth.
Wright é craque em dirigir filmes de época, basta ver os excelentes Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação, dirigidos por ele.

O filme se baseia no livro, de mesmo nome, do escritor russo Leo Tolstoi, publicado na segunda metade do século 19. O início do livro tem uma frase que ficou famosa na literatura mundial, e que diz " Todas as famílias felizes são iguais.As infelizes o são cada uma a sua maneira".Essa frase diz muito do filme.

Anna Karenina é um romance, ambientado na Russia de 1874, e fala de um triângulo amoroso vivido entre Anna,o aristocrata Alexei Karenin, seu marido, e o Conde Vronsky.
Anna viaja para Moscou para consolar a cunhada e conhece o jovem Vronsky. Se envolve com ele e contra tudo e contra todos, vive uma louca paixão, dessas que rasgam o coração. Anna ultrapasse limites, transgride e se expõe.E por conta desse amor proibido, logo sente o peso do preconceito.
Em uma das cenas, Vronsky pergunta a uma nobre senhora porque não convidava Anna a sentar-se junto a ela. A senhora responde " .. se ela tivesse desrespeitado a lei eu convidaria, mas ela quebrou as regras".Anna encontra o céu e o inferno.

O filme é estrelado pela magérrima inglesa Keira Nnigtley (de Orgulho e Preconceito), que apesar dos dentes tortinhos, é linda. Keira faz o papel de Anna com dignidade. O papel de Karenin é vivido pelo quase sempre lindíssimo, charmoso, calvo e também inglês Jude Law (Closer,Sherlock Holmes).Law faz o insosso e generoso marido de Anna de forma brilhante.O triangulo se fecha com o jovem ator Aaron Taylor Johnson, de 22 anos, que vive o Conde Vronsky,e as vezes escorrega um pouco na prepotência, mas não compromete.

Importante observar que o diretor optou por fazer o filme quase sempre ambientado em um teatro.Até corrida de cavalo tem.

Anna Karenina foi indicado ao Oscar em diversas categorias e levou o de Melhor Figurino. Elegantérrimo.
Fica a dica.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Os Enamoramentos

Os Enamoramentos, livro do escritor espanhol Javier Marías, é um desses livros que, enquanto se lê, é fácil imaginar uma voz em off, nesse caso espanhola, narrando de forma clara, pausada e envolvente os fatos do romance, que facilmente se transforma em  filme.Talvez estrelado por Javier Barden e Penélope Cruz, talvez por Ricardo Darín e Soledad Vilamil.

O livro narra a história de uma " voyeur" chamada Maria, que todos os dias antes de ir para o trabalho observa, de longe, um casal, Miguel e Luisa, que assim como ela, diariamente toma café no mesmo lugar. Maria dá asas à imaginação para criar o cotidiano perfeito do casal.
A morte inesperada de Miguel, transforma a vida de Maria.

A partir daí, o autor de forma competente, desvenda um conflito de emoções antagônicas e reflexões sobre a perda, a morte, que insiste em " viver" no imaginário dos personagens.

Os Enamoramentos foi lançado pela Companhia das Letras.
Fica a dica.