sexta-feira, 1 de novembro de 2013

BIOGRAFIAS

Atualmente, um dos assuntos mais polêmicos, aqui no Brasil, versa sobre biografias não autorizadas. Confesso que fiquei um tempo confusa, com minha opinião dividida entre aqueles que defendem e os que são contra.
Refletia sobre os que morreram, os que foram torturados, os que desapareceram e todos aqueles que lutaram, durante o período da ditadura, pela democracia, liberdade de expressão, contra a censura.
Ao mesmo tempo, pensava, que todos tem o direito a privacidade. Eu não gostaria que minha vida fosse devassada e meu lado, digamos, menos nobre, tivesse publicidade. 
Meu conflito acabou quando caiu a ficha. Eu não sou uma pessoa "biografável"! Não posso me colocar no lugar de uma celebridade, um famoso,porque eu não sou. Por isso minha lógica estava errada. Eu não sou uma pessoa pública, portanto, qualquer divulgação sobre a minha vida é invasão de privacidade. Mas sobre a vida de Roberto Carlos, Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Caetano, Chico Buarque e tantos outros, não !
Alguém disse : "A vida de uma pessoa pública, pertence a todos nós". E assim é.
Todos aqueles que de uma forma ou de outra fizeram história e / ou contribuíram positivamente ou não para a história de seu país, podem sim ser biografados.
O que ocorre é que os ídolos querem ser idolatrados, para sempre.Não admitem que o lado menos cor de rosa de suas vidas seja revelado.Isso os tornariam humanos e não é assim que querem ser lembrados, na posteridade.
É claro que as biografias revelam os fatos que não foram vistos sob os holofotes.
Não fosse a biografia não autorizada de uma das mulheres mais influentes no mundo, Ophra Winfrey, não saberíamos que na adolescência ela comercializou o corpo.E que era tão pobre, que brincava com duas baratas vivas, que tinham até nome, pois não tinha brinquedos.Não deixei de admirar essa mulher quando eu soube essas coisas.Continuo considerando Ophra uma guerreira, que muito já fez por muitos negros, nos EUA.
Não saberíamos que Elizabeth Taylor fez um ménage à trois com o presidente John Kennedy e o ator Robert Stack.

Uma outra razão para a briga biografados x biógrafos é o dinheiro. Alguns julgam que o biógrafo não tem o direito a ser remunerado por contar a história de alguém público. Foi assim com Ruy Castro quando escreveu a biografia de Garrincha, um dos maiores jogadores de futebol do mundo. A família pediu 1 milhão de reais para autorizar a publicação. Ele não topou, e uma juíza proibiu o livro.

O biógrafo reúne em um único lugar, todas as facetas da vida do biografado, as públicas e as vividas. Registra e disponibiliza para todos aqueles que conheceram ou não o biografado,fatos, costumes, moda, política, músicas, artes...de um pedaço do Brasil.

Há 15 anos, Roberto Carlos proíbe sua biografia.



Não adianta espernear. É proibido Proibir !

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